Human Rights Watch considera abuso policial no Brasil 'problema crônico'

O diretor da Human Rights Watch para as Américas, José Miguel Vivanco, classificou o problema do Brasil com abusos policiais como "crônico", nesta segunda-feira.

O grupo divulgou, como faz todo ano, um relatório que fala da aplicação dos direitos humanos em todo o mundo e afirmou que mesmo sendo um país cada vez mais influente em assuntos regionais e mundiais, ainda enfrenta desafios em relação aos direitos humanos. 

Em uma entrevista coletiva, Vivanco ressaltou a conduta dos policiais no Rio de Janeiro e em São Paulo e destacou o alto número de mortes que acontecem em conflitos entre a Polícia e a população. Ele também afirmou que no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não houve muitos investimentos em segurança pública e que os direitos humanos foram deixados em segundo plano na política externa brasileira, que priorizou interesses nacionais.

No governo da presidente Dilma Rousseff, Vivanco disse esperar melhoras neste âmbito e que o Brasil se torne "uma aliado na defesa dos direitos humanos", internacionalmente falando.

No relatório, o Human Rights Watch lembrou que os culpados por torturas e mortes na ditadura militar (1964-1985) nunca foram investigados